sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Entrevista com The Krents – da serie: Psycho Attack Over SP #3

Aleluia irmãos e irmãs.... De joelhos pois está na hands a entrevista final dos trabalhos do
Esses alucinados devotos do Rock... nasceram pra entorpecer as mentes carentes por sons insanos e contagiantes. O rock está na família, passando de geração em geração...e nosso entrevistado Luiz Teddy tem muito a contar... então pau no gato e entrevista na mente!!

LAGG – Bem vocês estão na ativa faz uma cara, mas ainda tem quem não conheça bem o The Krents! Por favor apresentem-se....
Luiz Teddy - Olá Freaks, em primeiro lugar é um puta prazer participar da nossa primeira entrevista para a Loco A Go Go, sinal que mais uma porrada de tranqueira vai mergulhar neste universo obscuro dos Krents e quem sabe conhecer melhor nossos Cultos e alucinações cotidianas. Este ano completaremos 21 anos de estrada (será que vamos criar juízo?), confesso que não foi fácil manter a banda desde o início, muita coisa rolou e talvez por tanta insistência minha fui o único da formação original que sobrou para contar história.
Opa...vou aproveitar e já mandar a formação atual dos caras...
LUIZ TEDDY: VOZ
LUCAS NITRON: GUITARRA
MANIAC BIFFS: BAIXO ACÚSTICO
ALAN MAZZONI: BATERA


LAGG – The Krents??? A Banda começou numa igreja, culto ou what??? Conte pra galera como vocês surgiram e como pintou esse nome carismático?
Luiz Teddy – Por influência do meu pai Eddy Teddy (Pioneiro da cena rockabilly no Brasil e vocalista das bandas Coke Luxe e Rockterapia), cresci no meio musical e muito antes do Krents surgir já havia tocado em algumas bandas de Rockabilly como os Caddilacs e Sleep Walkers, etc Uma das coisas que mexeu com a minha cabeça foi a vinda do Guana Batz ao Brasil em 89. Eu tinha que tentar fazer alguma coisa nessa pegada, que misturasse, temas de terror, putaria, maluquices e esquisitices sem deixar de lado o lance rockabilly. Como não encontrei uma molecada que topava fazer psycho em SP, troquei uma ideia com meu irmão, Marcos para tocar batera e mais um amigo, o Alessandro para tocar baixo e montamos a banda. O nome surgiu após nos reunirmos em pleno sábadão a noite, detonarmos várias garrafas de Demônio Azul que era uma bebida que vendida na Borracharia perto de casa para ter alguma inspiração e no domingo de manhã, mal tínhamos acabado de acordar como uma ressaca fudida, fomos amaldiçoados com o som da campainha de uma turma de Testemunha de Jeová. Foi um lance muito engraçado porque meu pai gritou do quarto: “- Atende essa porra que a esta hora só pode ser Crente. Aliás porque vocês não colocam o nome da banda de Crentes? O Eddy Teddy acabava de batizar a banda! Como rimava com Cramps, foi perfeito….seremos os Crentes, mas com K, para fazer uma pequena homenagem a 3 bandas nacionais que cantavam em português e faziam Psycho, os Kães Vadius, K-Billies e Kriptonitas.



The Krents - Psycho Attack Over SP #1

LAGG – Vamos continuar na linha geral da banda antes de irmos mais fundo... O que vocês já tem gravado? Qual a discografia do The Krents e como encontrá-la.
Luiz Teddy - Nesta trajetória de muitos percalços, o Krents deixou alguns registros do seu trabalho: "Colapso Nervoso" - 1995 : fita demo (cassete de demonstração) com tiragem de 50 exemplares. "Psychorrendo" - 1996 : coletânea de psychobilly nacional lançada em CD pelo selo Living Dead Records, que além dos Krents inclui as bandas: Krapullas, Mongolords, Ovos Presley, Maniac Rockers e Kães Vadius. , "Volta pra 54" - 1996 : gravação ao vivo, que chamou a atenção do produtor Luiz Calanca, o homem à frente do maior selo independente do país, o Baratos Afins. "The Krents" - 1996: Primeiro CD da banda, resultado do pacto com o selo Baratos Afins, com participação especial do próprio Calanca, que declarou-se "convertido" em mais um "Krent", fazendo backing vocais em "Volta pra 54!" (Posteriormente regravada pelos Kães Vadius).
Também participa do disco, o ilustre Eddy Teddy (pioneiro do rockabilly nacional, vocalista da banda Coke Luxe) cantando com o filho Luiz Teddy a versão que fez para "Drink That Bottle Down" dos Stray Cats. Depois da gravação do nosso primeiro CD, assinado pela Baratos meu pai faleceu no mesmo mês da festa de lançamento, onde inclusive tocaria com o Coke Luxe, isso mexeu tanto com a gente que a banda acabou desabando.

LAGG – Como são as letras de vocês? Como é a composição e fale um pouco dos temas?
Luiz Teddy - Imagine Charles Bukowski, Nelson Rodrigues, Vincent Price ou José Mojica Marins com suas obras e personagens, servindo de temas para o Rock and Roll... assim já se pode ter uma noção do universo dos Krents. Diversão acima de qualquer coisa; a malandragem, o humor negro, a linguagem dos quadrinhos e filmes de horror, sacanagens e exageros, tudo isso traduzido num vocabulário pra lá de suburbano. Entidades saídas das nossas próprias músicas, como a esfarrapada múmia do G.G. Allin ou a "psycho-mística" Vovó Candonga, interagem sempre com a moçada durante nossas apresentações que mais parecem um Culto.

LAGG – E Histórias em Quadrinhos, curtem? Falem pra nós as preferidas.
Luiz Teddy – Passei grande parte da minha vida lendo Chiclete com Banana, Mad, Contos da Cripta, Heavy Metal, Calafrio, Animal, Piratas do Tiete, Geraldão, Bob Cusp, Mara Tara e as Histórias do Marcatti que para mim sempre foram as melhores (Frauzio, Carnegão, Ventosa, etc)....

LAGG – Vamos ao som... qual a parada? Psychobilly ou Rockabilly??
Luiz Teddy - Esta pergunta não entendi direito, mas ambos estilos estão em nossa influência e acredito da banda também, afinal não dá para fazer psychobilly e deixar o rockabilly de lado, é como fazer rock sem blues...sei lá. Mas se eu tiver que usar uma classificação para rotular os Krents hoje em dia, sem sombra de dúvida somos uma banda “Psychobilly“.

Vamos checar se é Psycho, Rock, ou tudo junto agrumelhado???


LAGG – Influencias? E Sugestões... queria uma listinha de bandas novas pro povo sair do clichê!!
Luiz Teddy - Cada integrante tem uma banda como influência, o que contribui muito com nossa sonoridade. As minhas são os trabalhos que meu pai fez e muita coisa que vai desde o Blues com o vocal endemoniado de “Howlin' Wolf”, passando pelo rockabilly e os gritos alucinantes de Johnny Burnette , as alucinações dos anos 60 com os Rolling Stones a rebeldia do Punk com os Sex Pistols e o extremo com o GG Allin, a demência do psycho com Demented Are Go e o revival do Rockabilly com Stray Cats e o som enfurecido do Crazy Cavan, com a pegada suicida do Nirvana e a energia do HardCore do Bad Religion. Como colecionador de discos estou sempre fuçando e tentando correr atrás de novidades, este ano peguei o novo disco do Long Tall Texans “Devil Made Us Do It”, que não sai do meu aparelho...simplesmente fudido!
E de bandas novas na linha psychobilly , mas não tão novas assim o Johnny Nightmare que é a banda do Dax Dragster (ex-Godless Wicked Creeps).


LAGG – Se você tivesse que escolher 5 covers, pra colocar no show do The Krents, qual seriam?
Luiz Teddy - Esse lance de fazer cover é meio maluco com as bandas que participei porque geralmente saem em algum momento de descontração e bebedeira nos ensaios como por exemplo o que rolou com a versão que estamos fazendo do Rancid para Maxell Murder ou para a versão de Suicida da banda Os Seis ou até mesmo para Homem da Moto do Erasmo Carlos. Se fosse escolher algum cover psycho hoje iria tentar alguma coisa dos Guana Batz, Mad Sin, Scum Rats ou Godlees Wicked Creeps. Sempre quis fazer uma versão para BITE IT YOU SCUM do GG Allin e estou pensando em fazer uma versão maluca para NOITE DE TERROR do Roberto Carlos.

LAGG – Como é ter uma banda na atual cena de Sampa e do Brasil?
Luiz Teddy – Acho muito divertido cada show que tocamos ou que vou para assistir, o lance mais legal é que você acaba conhecendo quase todas as pessoas envolvidas na parada e um dá uma força para o outro, seja como banda, público ou ajudando na produção de alguma coisa. Confesso que para quem está começando a curtir psychobilly ou qualquer outra parada hoje em dia é muito mais fácil. A internet facilitou muito, sem contar com a facilidade para descolar sons, visual, locais para curtir, ver bandas, principalmente as gringas que muitas gente que cresceu comigo daria o fígado para assistir.. Ahhhh, sem contar com a mulherada que na minha época era meia dúzia para dividir.
Para manter uma cena viva na minha opinião é ter uma molecada nova (grande parte dos velhinhos vão parando) e não querendo ser machista ter mulher para arrastar essa molecada que quer cair no lazer. A única coisa é que ao mesmo tempo ficou tudo muito artificial, as pessoas tem mais amigos no facebook do que na vida real, já chegam prontas para o festival...sinto falta da época que era na raça, tinha que gostar e se sacrificar muito para fazer acontecer.

The Krents - Psycho Attack Over SP #1

LAGG – Vocês conseguem viver de tocar ou tem outras fontes de renda?
Luiz Teddy – Para nós a banda é pura diversão, todos temos outras atividades e não dependemos da banda para sobreviver ( se não estaríamos fudidos.,...kkkk), então seria como um futebolzinho nos finais de semana e no meio da semana alugar uma quadra para treinar. –


LAGG – E planos pro futuro? Tours, Discos, Clipes, Orgias Romanas...o que vai pintar??
Luiz Teddy – Já está rolando muita coisa interessante desde que saímos do purgatório, os Krents voltaram com uma sonoridade mais agressiva e uma energia renovada, montamos um time que está com pique para aguentar mais 20 anos. Todo mundo está na mesma pegada e isso que é do caralho porque os sons e as criações saem naturalmente.
Nossa prioridade é gravar um CD até junho, principalmente pelo fato da banda não gravado nada há muito tempo. É uma merda ter que mostrar as gravações antigas da banda sendo que só sobrou a minha voz (ainda de adolescente), sem contar que hoje em dia tocamos com baixo acústico. Enquanto não fechamos o CD, estamos vomitando letras e arranjos para atrair mais e mais tranqueiras para o nossos Cultos. Venha participar do próximo culto dos Krents, e se converta ao Psychobilly Ahh, e aonde é que fica essa tal de Orgia Romana?? Deve rolar um lazer fudido lá hem!

Bem, enquanto tentamos descobrir onde rola Orgias Romanas, vamos de Psycho Attack Over Sp #3
Bem quem quiser acompanhar a banda ou informar das orgias, ai vai: Facebook - The Krents



Tamos colados lá... cobertura máxima, do Loco A Go Go!!!
Ainda em tempo.... Krents no Psycho Carnival



















Flavio Loco Ferraz





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